Festas Bíblicas
15
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Depois para vós contareis desde o dia seguinte ao
sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas
inteiras serão.
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16
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Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis
cinqüenta dias; então oferecereis nova oferta de alimentos ao Senhor.
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17
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Das vossas habitações trareis dois pães de
movimento; de duas dízimas de farinha serão, levedados se cozerão; primícias
são ao Senhor.
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18
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Também com o pão oferecereis sete cordeiros sem
defeito, de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao
Senhor, com a sua oferta de alimentos, e as suas libações, por oferta
queimada de cheiro suave ao Senhor.
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19
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Também oferecereis um bode para expiação do
pecado, e dois cordeiros de um ano por sacrifício pacífico.
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20
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Então o sacerdote os moverá com o pão das
primícias por oferta movida perante o Senhor, com os dois cordeiros; santos
serão ao Senhor para uso do sacerdote.
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21
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E naquele mesmo dia apregoareis que tereis santa
convocação; nenhum trabalho servil fareis; estatuto perpétuo é em todas as
vossas habitações pelas vossas gerações.
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22
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E, quando fizerdes a colheita da vossa terra, não
acabarás de segar os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da
tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o Senhor
vosso Deus.
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A quarta festa é chamada Shavuoth
em hebraico, o que significa "Festa das Semanas", pois da Festa das
Primícias até a Festa dos Pães das Primícias (Pentecostes) deviam ser contadas
sete semanas, ou seja, cinquenta dias (em grego, cinquenta é
"pentekosté". Essa festa é como um elo de ligação entre as três
festas da primavera e as três festas do outono.
Também essa festa tem ligação com
o ministério de sacrifícios e com a agricultura e, assim como a terceira festa,
era uma celebração de colheita.
Nessa época do ano a sega de cereais estava
praticamente concluída em Israel, e já era possível fazer pães com o novo
cereal. Todavia, quando o Templo ainda existia, isso aparentemente não era
permitido, antes que dois pães tivessem sido movidos perante o Senhor como
sinal de agradecimento pela bênção da nova safra.
Hoje os judeus celebram-na também
como Festa da Promulgação da Lei (Torah) no Sinai, pois, conforme a tradição,
passaram cinquenta dias entre a saída do Egito e a promulgação da Lei no Sinai
(Ex 19:1, 2).
O significado profético e o
cumprimento da simbologia dessa festa na Igreja do Novo Testamento é muito
bonito e pertinente. Antes de subir ao céu, Jesus disse a Seus discípulos que
eles não deveriam ausentar-se de Jerusalém até que se cumprisse a promessa do
Pai (At 1:4). Ele poderia ter dito: "permaneçam em Jerusalém até
Pentecostes, quando a promessa se cumprirá". Vejam, duas coisas já havia
se cumprido com exatidão dentro do simbolismo profético do Antigo Testamento: a
morte de Jesus na tarde da Páscoa (Pêssach) e a Sua ressurreição no dia das
Festa das Primícias.
Os acontecimentos espetaculares
no dia de Pentecostes, como são relatados em At 2, encaixam-se perfeitamente na
representação do Antigo Testamento. A semadura da mensagem da salvação, em que
Jesus representava a semente da Palavra de Deus, havia produzido os primeiros
frutos maduros. Um dia após o discurso de Pedro houve um acréscimo de quase
três mil pessoas à Igreja do Novo Testamento (At 2:41), como "primícias da
nova colheita". Elas foram como uma oferta de gratidão, uma oferta movida
perante o Senhor. A partir daí, como diz a Escritura: "acrescentava-lhes o
Senhor, dia-a-dia, os que iam sendo salvos (At 2:47).
João 12:24 começou ter sentido e
tornar-se realidade: "Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo,
caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito
fruto".
O longo caminho percorrido pelo grão de trigo desde sua
semeadura até tornar-se o pão saboroso - desde o momento de morrer na terra, de
germinar e crescer na chuva, no vento e no frio, de amadurecer sob o calor do
sol, depois de ser ceifado e debulhado, e peneirado e moído, e assado ao calor
do fogo - nos mostra figuradamente as etapas da vida de Jesus. Mas elas
ilustram também as etapas da vida pessoal de todo crente, dos diferentes
estágios pelos quais passamos até sermos aceitáveis perante o Senhor, como pães
frescos e de aroma agradável, movidos perante Ele. Essa é realmente uma
ilustração perfeita da vida de santificação daqueles que crêem em Jesus. Em Tg
1:18 os crentes são chamados significativamente de "primícias das Suas
criaturas".
Promulgação da Lei
no Sinai
Mas também o segundo aspecto da
festa, relacionado à promulgação da lei no Sinai, cumpriu-se de maneira
profeticamente perfeita. No justo dia em que Israel se recordava da promulgação
da lei e da aliança no Sinai, Deus confirmou a Nova Aliança, por meio do
milagre do derramamento do Espírito Santo em formade línguas de fogo,
acompanhadas do som de um vento impetuoiso e do falar em outras línguas,
provocando a perplexidade dos presentes.
No Sinai o povo disse a Moisés
(Ex 20:19):
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E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e
ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos.
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De modo semelhante está escrito
em At 2:6, 7:
E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava
confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê!
não são galileus todos esses homens que estão falando?
Depois que Pedro havia falado a eles no poder
do Espírito Santo, sobre a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, sobre o Seu
poder divino, Seu domínio eterno e a salvação em Jesus, está escrito:
E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a
Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?
Eles aceitaram as palavras dele,
creram e foram batizados (Hb 12:18-24).
Assim, a Festa de Pentecostes
cumpriu-se de maneira dupla dentro da simbologia profética. Primeiro, pelo
derramamento do Espírito Santo, com que foi selada a Nova Aliança em Cristo, e
em segundo lugar pelo acréscimo de uma grande multidão de pessoas à Igreja da
Nova Aliança.
Nesse contexto é significativo que - ao contrário do Sinai -
fizeram-se ouvir muitas línguas diferentes. A Nova Aliança e sua mensagem,
selada pelo Espírito Santo no Dia de Pentecostes, vale para todos os povos,
línguas e nações, representados pelas muitas línguas faladas naquele dia. Não
era um simples falar em línguas diferentes, mas que ali aconteceu o milagre
ímpar de que cada um entendia em seu próprio idioma o que estava sendo falado.
Esse também é um sinal de que a maldição da confusão de línguas, ocorrida em
Babel, foi anulada através de Jesus Cristo: por meio do Seu Espírito Santo Ele
derruba as barreiras entre as pessoas das mais diferentes raças, unindo os
cristãos do mundo inteiro, mesmo que falem as mais diversas línguas.
Essa quarta festa, separada entre
as três festas da primavera e as três festas do outono, é como um elo de
ligação entre o começo e o fim dos tempos. Ela aponta para a igreja de Jesus,
que corporifica esse elo de ligação entre a Antiga Aliança e o irromper do
Reino de Deus.
1. Em Ex 19:1, 2 está escrito que os israelitas chegaram ao
deserto do Sinai no primeiro dia do terceiro mês depois da saída do Egito. O
êxodo dos judeus do Egito para a Terra Prometida deu-se no 15º dia do primeiro
mês e, somando-se os trinta dias do segundo mês, temos 45 dias. Portanto, eles
chegaram ao Sinai na primeira semana do terceiro mês.