segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

PÊSSACH/PÁSCOA JUDAICA E CRISTÃ

PÊSSACH/PÁSCOA JUDAICA E CRISTÃ




 A Festa da Páscoa é a primeira festa fixa do calendário judaico. Deus ordenou que Israel celebrasse sete festas, chamadas festas solenes do Senhor. Tratava-se de festas memoriais de Seus grandes feitos entre os israelitas, para que eles não se esquecessem das maravilhas e dos milagres que Deus havia realizado pelo povo. Além disso, elas tinham um sentido simbólico-profético da salvação divina futura.

A lei de Moisés determina que não pode haver perdão de pecados sem o derramamento do sangue de um sacrifício sem mácula (Cap 4 do livro de Levítico). Por isso, o elemento mais importante do cordeiro pascal no Egito, foi o sangue que devia ser passado nas ombreiras e na verga das portas das casas. O sangue era o sinal para o Senhor (Shemot 12:13). Da palavra "passarei", em hebraico pessach, vem a palavra páscoa.


Em Shemot 12:22 está escrito algo muito importante, que é pouco levado em conta: " nenhum de vós saia da porta da sua casa até pela manhã". Os israelitas estavam seguros somente atrás das ombreiras e verga da porta, aspergidas com o sangue e, assim, nós cristãos, estamos seguros somente em Yeshua, se permanecermos nEle. Permanecer nEle, significa atender ao que Ele ordena.

No mesmo contexto está escrito em Shemot 12:11: "assim, pois, o comereis: os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a Páscoa do Senhor".

Também nós, os cristãos, devemos assumir um posicionamento espiritual semelhante ao dos judeus prontos para partir, como está escrito em Hb 13:14. Também nós devemos nos apressar, estar prontos para partir, revestidos de toda a armadura de Deus, que Paulo escreve em Ef 6:13-17).

Em cada geração o homem  deve considerar-se como se ele próprio tivesse saído do Egito.
Não faz sentido a tese defendida por algumas correntes da igreja gentílica, de que a Páscoa teria se tornado obsoleta pelo sacrifício de Jesus. Em sua epístola à igreja de Corinthos, Paulo repreende e exorta a igreja, em relação a alguns que, como o fermento, levedava toda a massa, dando azo à concupiscência da carne, própria dos gentios. O que isto tem a nos dizer profeticamente em relação a Yeshua, pelo qual fomos salvos ? Nas Escrituras a massa fermentada  é uma ilustração da maldade e da malícia (1Co 5:8) assim como em Ap 11:8. Pão com fermento simboliza presunção e egocentrismo.

Dia após dia, um sacerdote levita entrava no templo e oferecia sacrifícios de animais para a remissão de pecados, conforme determinava a lei de Moisés. O sistema sacrificial da lei era apenas uma sombra do que Yeshua iria realizar no futuro, através de Sua morte na cruz. Portanto, a festa deve funcionar como memorial.


Os sacerdote araônicos sacrificavam animais; Cristo ofereceu a Si mesmo. Os sacrifícios dos levitas apenas cobriam o pecado; o sacrifício de Cristo removeu o pecado. Com a destruição do templo e a dispersão judaica os sacrifícios dos levitas cessaram mas o sacrifício de Cristo tem eficácia eterna. Assim, Cristo está agora assentado "à destra de Deus" (Hb 10:12; conforme Hb 1:3; 8:1; 12:2), o que demonstra que Ele completou a Sua obra, obedientemente, e foi exaltado a uma posição de poder e honra. Por meio de Sua morte, Yeshua inaugurou um "novo e vivo (vivificante)  caminho (Hb 10:20) para que a humanidade possa chegar à presença de Deus com "intrepidez (confiança)" (Hb 10:19). 

"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12:14).








BIBLIOGRAFIA
As Festas Judaicas, Fredi Winkler, Actual Edições, 2003;
Revista Chamada da Meia Noite, abr/2003, David M. Levi, The Friends of Israel;
Amém: o povo judeu fez um pacto com Deus, Flávio Rotman, Editora Leitura, 2006;

Jesus noAntigo Testamento, Meno Kalisher, Actual Edições, 2010;

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