PÊSSACH/PÁSCOA JUDAICA E CRISTÃ
A lei de Moisés determina que não
pode haver perdão de pecados sem o derramamento do sangue de um sacrifício sem
mácula (Cap 4 do livro de Levítico). Por isso, o elemento mais importante do
cordeiro pascal no Egito, foi o sangue que devia ser passado nas ombreiras e na
verga das portas das casas. O sangue era o sinal para o Senhor (Shemot 12:13).
Da palavra "passarei", em hebraico pessach, vem a palavra páscoa.
Em Shemot 12:22 está escrito algo
muito importante, que é pouco levado em conta: " nenhum de vós saia da
porta da sua casa até pela manhã". Os israelitas estavam seguros somente
atrás das ombreiras e verga da porta, aspergidas com o sangue e, assim, nós
cristãos, estamos seguros somente em Yeshua, se permanecermos nEle. Permanecer
nEle, significa atender ao que Ele ordena.
No mesmo contexto
está escrito em Shemot 12:11: "assim, pois, o comereis: os vossos lombos
cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis
apressadamente; esta é a Páscoa do Senhor".
Também nós, os cristãos, devemos
assumir um posicionamento espiritual semelhante ao dos judeus prontos para
partir, como está escrito em Hb 13:14. Também nós devemos nos apressar, estar
prontos para partir, revestidos de toda a armadura de Deus, que Paulo escreve
em Ef 6:13-17).
Em cada geração o homem deve considerar-se como se ele próprio
tivesse saído do Egito.
Não faz sentido a tese defendida
por algumas correntes da igreja gentílica, de que a Páscoa teria se tornado
obsoleta pelo sacrifício de Jesus. Em sua epístola à igreja de Corinthos, Paulo
repreende e exorta a igreja, em relação a alguns que, como o fermento, levedava
toda a massa, dando azo à concupiscência da carne, própria dos gentios. O que
isto tem a nos dizer profeticamente em relação a Yeshua, pelo qual fomos salvos
? Nas Escrituras a massa fermentada é
uma ilustração da maldade e da malícia (1Co 5:8) assim como em Ap 11:8. Pão com
fermento simboliza presunção e egocentrismo.
Dia após dia, um sacerdote levita
entrava no templo e oferecia sacrifícios de animais para a remissão de pecados,
conforme determinava a lei de Moisés. O sistema sacrificial da lei era apenas uma
sombra do que Yeshua iria realizar no futuro, através de Sua morte na cruz.
Portanto, a festa deve funcionar como memorial.
Os sacerdote araônicos
sacrificavam animais; Cristo ofereceu a Si mesmo. Os sacrifícios dos levitas
apenas cobriam o pecado; o sacrifício de Cristo removeu o pecado. Com a
destruição do templo e a dispersão judaica os sacrifícios dos levitas cessaram mas
o sacrifício de Cristo tem eficácia eterna. Assim, Cristo está agora assentado
"à destra de Deus" (Hb 10:12; conforme Hb 1:3; 8:1; 12:2), o que
demonstra que Ele completou a Sua obra, obedientemente, e foi exaltado a uma
posição de poder e honra. Por meio de Sua morte, Yeshua inaugurou um "novo
e vivo (vivificante) caminho (Hb 10:20)
para que a humanidade possa chegar à presença de Deus com "intrepidez
(confiança)" (Hb 10:19).
"Segui a paz com
todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12:14).
BIBLIOGRAFIA
As Festas Judaicas, Fredi Winkler, Actual Edições, 2003;
Revista Chamada da Meia Noite, abr/2003, David M. Levi, The Friends of Israel;
Amém: o povo judeu fez um pacto com Deus,
Flávio
Rotman, Editora Leitura, 2006;
Jesus noAntigo Testamento, Meno Kalisher, Actual Edições, 2010;
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